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14° HEAVY FEST : Dilpho Castro fala sobre o passado, presente e futuro da SILENT CRY

Com quase 30 anos de carreira a SILENT CRY foi uma das primeiras bandas de Metal do Brasil acrescentar vocais femininos e se tornou nosso maior representante no Gothic/Doom Metal, mais que isso, é uma verdadeira lenda do underground nacional com uma discografia de respeito e fãs realmente apaixonados.

Pra nossa satisfação eles estão de volta a Conselheiro Lafaiete dia 18 de março no Heavy Fest divulgando seu mais recente álbum, o maravilhoso Terra.

Eu tive a honra de entrevistar o vocalista/guitarrista Dilpho Castro, confira :




Sabazinho - Com quase três décadas de estrada a Silent Cry tem uma carreira consolidada com uma discografia de respeito, sendo considerada a principal banda de Gothic/Doom Metal do Brasil. Um diferencial da banda é conseguir realmente tocar o coração dos fãs, que são fiéis e apaixonados e os acompanham ao longo dos anos. Comente sobre essa relação banda-fã-sentimento:


Dilpho - Éramos uma bando de adolescentes no auge da puberdade querendo expressar sentimentos em forma de música, então o que aconteceu na história da banda é que, esse sempre foi o principal parâmetro na hora de compor, o Silent Cry é uma banda muito, muito honesta com relação a isso, justamente porque começamos desta forma, e, fatalmente os fãs perceberam isso, mesmo nas demos tapes, mesmo com gravação precária as melodias tem a capacidade de tocar o coração e automaticamente acalmar a mente do ouvinte, durante todos esses anos vemos recebendo recados fora do senso comum, ainda hoje, pessoas que ouvem as mesmas músicas do Silent Cry a 20 anos nos dizem como esse tipo de canção os ajudou em diversos momentos de suas vidas, são relatos muito honestos por parte dos apreciadores, isso realmente criou um elo verdadeiro entre nós e os ouvintes deste eterno lamento.


Sabazinho - Atualmente estão divulgando o maravilhoso álbum Terra, que faz jus a toda tradição da Silent Cry e ao mesmo tempo apresenta novos elementos. Queria que comentasse sobre o processo de composição e a influência de sua vida na floresta nesse trabalho:


Dilpho - Terra é o sentimento de uma grande experiência pessoal, um inside da vida real que reflete em todo o conceito artístico por trás de Terra, espelhando e transmitindo o mesmo insight ao ouvinte…. Para falar da influência da Floresta no álbum preciso voltar um pouco mais no tempo, em 2005 lançamos o aclamado DarkLife, então cai em um redemoinho pessoal, minha criatividade simplesmente desapareceu, e isso me angustiava muito, pois construir música é pra mim uma necessidade, é fazendo música que coloco para fora meus demônios e as partes sublimes de mim mesmo, foram 12 anos sem compor nada novo, Hypnosis (2017) é o sucessor de DarkLife, e isso é muito tempo, no ano de 2012 se agravou meus problemas de saúde, foi quando decidi me conhecer um pouco mais, pois daquela forma certamente não duraria muito, então comecei a acampar, entrar mais e mais em contato com os sons dos rios, cânticos dos pássaros, e comecei a sentir novamente a brisa de doces ventos a me tocar, então Hypnosis foi o primeiro passo desta fusão da música do Silent com a natureza, e foi tão gratificante/impactante, que hoje admito que sou dependente de criatividade para viver, e sempre foi a natureza quem me trazia criatividade, mesmo que não estivesse consciente disto, então decidi ir morar na floresta e tocar um projeto lá que ajude as pessoas a restabelecer esta conexão, o lugar é um paraíso sublime, em Terra, já confiante e com o fio de conexão com a natureza estável, tudo foi me entregue pela própria mãe natureza, tanto que nem assinamos a autoria das canções, em “Solitude In Moon” por exemplo, a canção foi creditada a luz da Lua Cheia, porque numa bela noite lunar, observando as nuvens que passava sob a luz da lua Cheia, simplesmente me sentei e passei a noite inteira escrevendo a canção, quando finalmente o sol nasceu, todo esboço da canção estava pronto, era só partir para a pré-produção com a banda, em todas as canções aconteceu o mesmo, algo inspirou e a música estava pronta, desde conceito, letra, tema que se entrelaça entre as canções, são muitos os enigmas por trás de Terra, foram oito músicas inéditas em oito dias de composição alternados, algo inspirava e já ficava pronto imediatamente, essa foi a relação da floresta com o álbum Terra, a autoria da coisa toda


Sabazinho – A história do Terra é também uma homenagem ao genial Bruno Selmer. Como surgiu essa ideia, foi saudade? Gratidão?


Dilpho - Cara é um mix de saudade e gratidão por ele ter deixado parte de sua alma eternizada no Silent Cry, então coloquei lenha nesta fogueira, além de uma questão espiritual que é muito particular minha, certamente senti que devia isso a ele, teve esse fator também, por isso dediquei todas as emoções deste álbum a sua memória, e regravamos duas das principais composições dele como bônus em uma releitura orquestral. No conceito do álbum há um personagem, o Andarilho Solitário, é ele quem vai resgatar a alma do maestro da sensibilidade do vale dos suicidas, e agora esse ciclo se concluiu com sucesso, o tema vai continuar, por mais uns 3 ou 5 álbuns, posso adiantar que no próximo o andarilho solitário vai para a cidade depois de cumprir sua missão na floresta, você é a primeira pessoa que digo isso, por isso o conceito é muito importante hoje na carreira da banda, não queremos mais fazer apenas músicas, tudo é uma peça integral, que envolve corpo, mente e espírito, isso é importante, tanto para concluir o ciclo das memórias de Selmer na história da banda com ternura, quanto para com o futuro da banda, sentia que precisava fazer isso, de alguma forma, e assim aconteceu. E agora o Andarilho Solitário está pronto para outros passos em sua jornada.


Sabazinho - E como tem sido a repercussão do Terra em termos de vendagens, público e crítica:


Analisando que vivemos tempos que o CD físico virou algo obsoleto no mercado musical, mas não aos que querem absorver tudo que o artista tem a entregar, está ótimo as vendas cara, Wilton da Heavy metal rock me disse que está vendendo mais que muitas bandas gringas, e com poucos meses do lançamento estamos nos finalmente da primeira prensagem, o mais legal é que, Terra integrou todas as fazes do Silent, evidenciando e resgatando também o Hypnosis que é um disco maravilhoso, o primeiro que trouxe autenticidade na relação do Silent Cry com a natureza, mas não teve tanta promoção, estamos extremamente satisfeitos com tudo referente ao Terra, no quesito shows, ainda temos um caminho longo a percorrer, a verdade é que só estou disposto a sair da floresta pela arte, ou seja, pelo Silent Cry, e há muitas panelas no metal nacional, mas não vamos desistir e ainda vamos ver um grande movimento Doom e gótico nacional, com estrutura e viabilidade, inevitavelmente vamos caminhar para isso, gostaríamos de estar tocando mais, porém ficamos fora do mercado e não estou muito afim de fazer parte de panelas, somos uma banda com muitas pessoas ouvindo as mesmas músicas a mais de 20 anos, e Terra agora tá aí, com um conceito pronto para ser entregue a muitas pessoas de dentro e fora do metal, nada pode retirá-londa vitrine da arte com essência, ele esta aí e veio pra ficar, sabe-se lá quantos anos as pessoas poderão ainda continuar apreciando esta obra? E quanto isso vale? Não sei… Mas… Certamente não vale menos que as coisas que os gringos tem oferecido aos brasileiros, sigo aguardando essa ficha cair na consciência do público metal em geral, uma hora o brasileiro se cansa de valorizar apenas gringos, e claro, pagar muito mais caro para sustentar essa puxação de saco, tendo tantos bons nomes no metal nacional, precisamos nos organizar, nos unir, o metal nacional é o futuro do metal no mundo, isso é tudo.


Sabazinho - A tour do Terra ainda está no começo e no próximo dia 18 de março a Silent Cry se apresenta no Heavy Fest em Conselheiro Lafaiete. Qual a importância da cidade na história da banda?


Dilpho - Você viu que colocamos um belo Thanks a você no encarte de Terra não é meu amigo? Isso porque temos uma grande apreciação a você e por esta região, que sempre nos recebeu tão bem, todas as vezes que tocamos aí foi especial, então quero que as pessoas de Lafaiete e região saibam, tem muito tempo que não tocamos por aí, e estamos com muita cede de palco, muita vontade de compartilhar com vocês o “Terra Experience” e mais um bloco de clássicos deste lamento, queremos ver velhos amigos e os novos rostos do metal da região, será um belo encontro.


Sabazinho – E quais materiais estarão à venda no Heavy Fest?


Dilpho - Estamos levando um modelo novo de camisas e nossos cds, inclusive alguns antigos, ahh sim, também vamos levar o DVD, que está em suas últimas cópias e prestes a se tornar uma raridade…

 


Sabazinho – Eu li algo sobre a gravação de um DVD no final da tour. Já pensou na possibilidade de reunir todas as vocalistas que já passaram pela banda nesse trabalho?


Dilpho - Certamente vamos fazer o possível para ter o máximo de participações possíveis, ter todas as vocalistas que já passaram pelo silent seria um sonho realizado, é um projeto para final de 2024, queremos lançar o DVD 30 anos de Silent Cry se possível com orquestra, estamos nos movendo para isso, vamos ver o que o futuro nos reserva.


Sabazinho - Terra apresenta dois talentosos novos integrantes na formação da banda: Juliana Rossi (vocal) e Jhonatas Otávio (bateria). Como foi a contribuição deles nesse trabalho?


Dilpho - Muito especial, eles pegaram o esboço das canções e puderam colaborar muito, Juliana criou melodias vocais belíssimas, que nos fizeram descartar algumas anteriores, Jhon recebeu uma bateria eletrônica como esboço antes da pré produção, e colocou ali seu jeito de tocar, deixando tudo mais coeso e orgânico, para mim isso é muito, muito importante, deixa a música mais expandida e ao vivo funciona bem melhor, uma vez que todos colaboraram de alguma forma no embrião da coisa.


Sabazinho - Obrigado pela entrevista, o espaço está aberto caso queira acrescentar algo:


Dilpho - Quero agradecer a esse velho amigo Anderson Sabazinho pela entrevista, por levar a banda a BH e Lafaiete junto com a Punho Cerrado produções, também quero que as pessoas saibam que nosso show é uma experiência íntima, onde entregamos algo, e recebemos algo invisível, um grande reverb acontece, ecoando e aliviando nossas emoções mais profundas, todos juntos na nave mãe desta experiência, a nave é a Terra, não temos como fugir disso, então meu convite é para essa inclusão, mesmo quando pensamos que as coisas estão paradas, mesmo quando você está deitado(a) em sua cama, parado, a terra ainda gira a mais de três mil quilômetros por hora, isso deve fazer algum barulho não é mesmo? “Terra Experience Tour” se esforça para lhe entregar esse som, o som silencioso por trás da mãe de todos nós, nos vemos por aí. Stay Doom


SERVIÇO COMPLETO :


14º HEAVY FEST


SILENT CRY – A lenda do Gothic/Doom Metal – Governador Valadares - MG Lançamento do novo CD Terra


TANTUM – Heavy Metal – Belo Horizonte – MG


MORTOM – Thrash Metal – Betim -MG


Data: 18 de Março

Horário: 20 horas

Local: Milênio – Rua Doutor Victor Bhering, 310 B, Bairro Angélica, Cons. Lafaiete- MG

Ingressos antecipado: 30 reais

Promoção: Combo ingresso antecipado + CD Silent Cry “Terra” : 40 reais

Ingresso na portaria: 35 reais

Pontos de vendas: Bar do Banha- Praça Barão de Queluz,150, Centro Sympla Pix (31) 98883 3052

Classificação 18 anos

Maiores informações: (31) 988833052




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